Seja Você Mesmo, Mas Não Seja Sempre o Mesmo
Meses sem eventos presenciais, aglomerações, multidões nas largadas, resenha pós prova ou fotos do domingo à tarde, explícitas nas redes sociais. Nível de ostentação esportiva: ZERO. 😶
Será que essa SUPEREXPOSIÇÃO da performance pessoal é inerente à corrida, ou os tempos modernosos que criaram esse combo “parecer = ser corredor” ?
Ausência de competições não significa ausência do prazer em correr. Me diz aí…quanto tempo fazia, antes da pandemia, que você :
– Não tomava um café pós esforço apenas apreciando o sabor do mesmo, sem a “obrigação” em mostrar a privacidade desse sublime instante nas redes sociais ?
– Escolhia seus mais lindos ou desafiadores percursos com calma, sem o “ter de ir” porque “a galera” toda vai, ou só pela cor de camisa da sua assessoria ?
– Curtia uma caminhada pré ou pós treino atento à natureza ao seu redor ? Pássaros, árvores, flores…as folhas que caíram no dia anterior.
Simplesmente ignorávamos esses detalhes quando a corrida era apenas correr, ou melhor… competir, ou melhor ainda… MOSTRAR. Achávamos que isso era desperdiçar tempo, mas não víamos problema algum em horas de rede social gastas vendo a “felicidade” alheia pós evento. 🤨
Qual a última vez que viu um nascer ou pôr do sol e NÃO SE SENTIU “OBRIGADO” a postar pra os seus “milhares de seguidores” do mundinho running ?
Será que não esquecemos de viver o REAL pra ostentar o virtual, às vezes até total fake, só pra satisfazer a vontade da claque ? 🤡
⚠️ Não cabe aqui a crítica rasa a quem gosta dos registros de imagens. A fotografia é uma das mais belas artes do ser humano. A busca insana pelo aplauso é que sinaliza onde termina o puro prazer e começa o excesso.
Se a pandemia conseguiu mudar algo em você que já estava esquisito mas não percebia bem o quê… que bom que aprendemos 👏👏👏 , e que sirva de lição para entender que corrida é tão sensorial quanto físico.
E você corredor, qual a mudança no seu EU ATLETA que mais marcou nesse período ? 🤔